domingo, 10 de abril de 2011

O ponto da resistência

Ela tentava explicar a todo custo o pavor pela coisa, a distância do tempo e a incongruência dos fatos, mas ele não se dava por satisfeito. Nem mesmo o falso argumento de algum trauma provocado na infância era suficiente para desfazer a ideia fixa de Renato. Ele queria e ponto. Era assim desde pequeno, ela sabia.
Marisa, apreensiva com a situação, gesticulava como se a energia gerada naquele pequeno espaço entre as duas mãos pudesse transportá-la para um mundo paralelo. Ele continuava ali, imóvel, impassível. Ela gesticulando cada vez menos, rogava forças para resistir.
Resistiu, resistiu... resistiu. Renato queria e ponto.   

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