terça-feira, 29 de novembro de 2011

À Espera


De tempos em tempos era assim. Quando a chuva caia, se entregava às gotas refrescantes e sedutoras. Até a alma, Marina sentia-se purificada e abençoada. Depois continuava o ritual. Envolta em véus, descia lentamente as escadas até alcançar o penúltimo degrau para acordar horas mais tarde sem saber o que havia acontecido.

Aquilo tudo não entendia, mas também não contestava. Aprendera com o tempo... seguia os dias esperando a próxima chuva.



domingo, 13 de novembro de 2011

O jogo


— Par.
— Ímpar.
— Par, ahá, ganhei.
— Droga, tu sempre ganha.
— Sempre não, na segunda tu ganhou.
— E agora o que vou fazer? Hoje só tem isso.
— Tá vendo? Na segunda tinha dois... e dá pra fazer um monte de coisa com a tua parte.
— Não dá, a tua é melhor. Vamô trocá?
— Não senhora, jogo é jogo. Eu também quero o que ganhei, já tô até imaginando o que vou fazer, huummm!!
— Só hoje, não peço nunca mais, juro.
— Não. E não adianta fazer essa cara de choro. Só porque é menor que eu acha que sempre pode ficar com a melhor parte. Jogo é jogo, tu tem que entender. Ainda bem que hoje ganhamos esse ovo. Ah, que coisa. Tá bom. Fica com a clara que eu fico com a gema.